Um ano e dois meses depois da morte da juíza Patrícia Acioli, em
Niterói, o processo administrativo da Polícia Militar, que pode resultar na
expulsão dos 11 policiais acusados do crime, está parado. Uma decisão da
Justiça do Rio suspendeu ação, a pedido da defesa do tenente-coronel Cláudio
Oliveira - comandante do 7 BPM (São Gonçalo) na época do crime e apontado como
mandante da morte da magistrada.
Preso na penitenciária federal de Mato Grosso do Sul, o oficial pediu a paralisação
do processo sob alegação de que tem o direito, por lei, de estar presente às
sessões do conselho. Com a vitória do tenente-coronel, a ação no conselho foi
paralisada para todos os policiais acusados.
- A PM chegou a cogitar que o conselho acontecesse em Mato Grosso, mas o
Cláudio não tem recursos para levar testemunhas e para lá, e ele teria que
arcar com a despesa. Além disso, se a polícia espera a decisão judicial para
decidir se ele fica ou não na corporação, evita injustiças - opina o advogado
de Claudio , Lucio Antônio Cabral.
Policiais estão com problemas psicológicos
O julgamento interno da PM só poderá ser retomado após a finalização do
processo criminal ao qual os policiais respondem. Além do ex-comandante do 7 BPM,
está em presídio federal o tenente Daniel Santos Benitez Lopez. Eles foram
transferidos em dezembro do ano passado.
Dois policiais que também respondem pelo crime enfrentam problemas
psicológicos. Com recomendações médicas, Charles de Azevedo e Sammy dos Santos
estão, desde abril, em Bangu 8. De acordo com Leandro Rego, advogado de Sammy,
o PM já tentou se matar duas vezes e toma antidepressivos.
- Ele não aguentou a pressão. Ficou desesperado. Em 11 anos de polícia,
nunca tinha respondido por nada. E ainda teve a morte do pai. Ele já tentou
cortar os pulsos e se enforcar - contou.
Alvira Dias, advogada de Charles, disse que o policial está com
"sérios problemas de saúde", e também toma diariamente medicamentos.
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