quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Caso Escola Base = Caso Juíza Patrícia Acioli

Uma história que mobilizou a imprensa nacional. Jornalistas que não questionaram a versão de um delegado. E a vida de seis pessoas foi destruída.

É ISSO QUE O POVO ESPERA DO CASO JUÍZA PATRÍCIA ACIOLI?
FOI QUESTIONADO AO DELEGADO COMO ELE CHEGOU A ESSAS DELAÇÕES PREMIADAS???
O QUE SE SABE E FOI INFORMADO POR UM DOS DELATORES É QUE FOI OBRIGADO A ASSINAR UM DEPOIMENTO JÁ PRONTO...
É ISSO QUE CHAMAMOS DE JUSTIÇA???



A Rede Globo foi condenada a pagar R$ 1,35 milhão para reparar os danos morais sofridos pelos donos e pelo motorista da Escola Base de São Paulo. Icushiro Shimada, Maria Aparecida Shimada e Maurício Monteiro de Alvarenga devem receber, cada um, o equivalente a 1,5 mil salários mínimos (R$ 450 mil).
“Fatos” e “notícias” não existem por si só, como entidades “naturais”. Ao contrário, são designados por alguém (por exemplo, por um editor), por motivos (culturais, sociais, econômicos, políticos) que nem sempre são óbvios. Mas essa operação fica oculta sob o manto mistificador da suposta “objetividade jornalística” (ARBEX, 2001, p. 111).
 No dia 27 de março de 1994, as mães de Fábio e Carla, ambos com quatro anos na época, foram à 6º DP, no Cambuci, bairro da zona sul de São Paulo, para registrar uma queixa contra os diretores da Escola de Educação Infantil Base.
 Segundo as mães das crianças, Icushiro e Aparecida Shimada e Maurício e Paula Alvarenga, os donos da escola, organizavam orgias sexuais com os alunos durante o horário das aulas. Segundo relato, as crianças eram levadas à casa do coleguinha Ronaldo, de quatro anos, filho do casal Saulo e Mara Nunes, na Kombi de Maurício.
 O delegado Antonino Primante assumiu o caso e, após encaminhar as duas crianças para exame de corpo de delito no IML (Instituto Médico Legal), conseguiu um mandato de busca e apreensão no apartamento dos pais de Ronaldo, porém não encontrou nada além de uma fita de vídeo com o show do cantor Fábio Júnior. A escola também foi revirada e novamente não foi encontrada nenhuma prova. 
A essa altura, a imprensa já sabia sobre o caso.  Achando que não havia recebido a atenção necessária, Cléa, mãe de Carla, entrou em contato com a Rede Globo. Naquela mesma noite, o Jornal Nacional noticiava o acontecido. Mesmo com nada realmente comprovado, todos os grandes veículos de São Paulo abraçaram a denúncia e deram manchete sobre o caso. Notícias que resultaram na depredação da escola e também no linchamento moral dos envolvidos. 
Depois de alguns dias, novas denúncias surgiram. Jornais sugeriram o consumo de drogas durante as supostas orgias e a possibilidade de contágio com o vírus HIV em decorrência dos abusos. A essa altura, o caso já havia tomado dimensões estratosféricas. Novamente, a Base é saqueada. A casa de Maurício e Paula também. 
Para quebrar o silêncio, Icushiro, Cida e Paula resolvem falar à imprensa. Mas a percepção do erro veio tarde. O delegado já havia ganhado bastante espaço e era amparado em qualquer atitude que tomasse. Sendo assim, ele decretou a prisão preventiva de todos os suspeitos. A advogada do casal Saulo e Mara teve acesso ao resultado do IML, que constava como inconclusivo.

Primante foi afastado do caso, e em seu lugar assumiram Jorge Carrasco e Gérson de Carvalho. A investigação foi reiniciada com o intuito de finalmente explicar o caso.
Novo revés. A partir de uma denuncia anônima, a casa do americano Richard Pedicini foi invadida pela polícia; e ele, preso por pedofilia. Pedicini seria o contato internacional dos molestadores da Base, promovendo orgias em seu casarão e filmando e fotografando crianças de várias idades. Mais uma vez, a imprensa se apressou e colocou Pedicini como vilão da história. Nada ficou provado. Gérson de Carvalho desmentiu a ligação e absolveu o americano. O delegado também inocentou os seis acusados e o inquérito do Caso Escola Base foi arquivado.

A conclusão: Se houve crime, ocorreu em outro lugar, com outros personagens. Os acusados, apesar da absolvição legal, nunca mais tiveram paz em suas vidas.

Com exceção da Folha de S.Paulo, nenhuma rede de televisão, rádio ou impresso se retratou formalmente pelos erros cometidos nem procurou tocar no assunto

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